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Fig.5 - Capa do filme |
O filme descreve um futuro em que a humanidade inicia a colonização espacial, para o que cria seres geneticamente alterados - replicantes - utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colónias. Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "mais humanos que os humanos", as clonagens Nexus-6 são fisicamente idênticas aos humanos, mas são mais fortes e ágeis. Devido a problemas de instabilidade emocional e reduzida empatia, os replicantes são sujeitos a um desenvolvimento agressivo, pelo que o seu período de vida é limitado a quatro anos.
Após um motim, a presença dos replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial especial - blade runners — para os caçar e "aposentar" (matar). O filme relata como um ex-blade runner - Deckard - é levado a voltar ao activo para caçar um grupo de replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima.
Ao visitar Tyrell, o criador dos replicantes, Deckard conhece a sua jovem assistente Rachael, que ignora o facto de que também ela ser uma replicante. Rachael tem todas as memórias de uma sobrinha de Tyrell, e apoiada nas suas memórias não consegue acreditar que é uma replicante. O policial Deckard sente-se atraído por Rachael e envolve-se com ela.
Um a um os replicantes são caçados, e ao longo do filme parecem adquirir características humanas, enquanto os verdadeiros humanos que os caçam parecem adquirir, cada vez mais, características desumanas. Ao fim, as questões que afligem os replicantes acabam por se tornar as mesmas que afligem os humanos.
Análise:
O filme interpreta a forma como olhamos para um ser humano e para um clone, comparando ambos. O que se verificou foi que, tanto nos humanos como nos clones, a condição que têm é posta em causa, ou seja, não se percebe quando alguém é definitivamente “humano”.
Mesmo assim, os clones tornam-se diferentes, à sua maneira, por vivenciarem experiências diferentes do seu “original” detentor de ADN e por terem um raciocínio lógico que lhes permite sentir, tomar decisões, e até, por exemplo, questionarem-se sobre a sua prórpia existência (tal como nós o fazemos) . Actualmente criá-los é tecnicamente impossível nem permitido, felizmente, pois , apesar da sua criação para uso em trabalhos que metam em causa vidas humanas ser um aspecto positivo, a sua criação poderia trazer consequências nefastas, tais como confusões e questões sobre quem ou o que é realmente humano, criando divisões entre os seres “humanos”(naturais e artificiais), ou até mesmo revoltas de clones, caso adquirissem inteligência para tal (como acontece no filme em análise). Provavelmente, não num futuro longuíquo, se veja clones a invadir-nos o dia-a-dia.
Talvez Deckard, mesmo sendo replicante, tivesse a possibilidade de ser considerado humano, por se envolver com outros replicantes (neste caso, mas poderiam ser humanos) e não se limitar a uma máquina, mas a inovar, tal como acontece com Rachel, que desenvolve uma atracção por Deckard. Embora Deckard, sendo humano, tenha uma personalidade e vivências bem vincadas, não parece impossível que Rachel os venha a adquirir, formando uma imagem do “EU” e ficando bem próxima da realidade humana. De facto, apenas a sua pré-definição em morrer numa data estipulada obedece a regras, apenas infrigidas a máquinas, porque de resto toda a estrutura social e lógica da replicante parece ser característico de humanos.
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